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Bicho-de-Seda-do-Algodoeiro ou Percevejo-do-Chapéu - Pachycoris Torridus

Bicho-de-Seda-do-Algodoeiro ou Percevejo-do-Chapéu - Pachycoris Torridus


O Pachycoris Torridus é uma espécie de percevejo conhecido como Bicho-de-Seda-do-Algodoeiro ou Percevejo-do-Chapéu. É encontrado em diversas regiões do continente americano, desde o sul dos Estados Unidos até a Argentina. Sua alimentação é baseada em plantas da família Malvaceae, especialmente o algodoeiro, que é uma cultura de grande importância econômica.

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Neste texto, abordaremos diversos aspectos relacionados ao Pachycoris Torridus, desde sua morfologia até sua importância econômica e impactos na produção agrícola. Além disso, apresentaremos algumas das principais pesquisas científicas que abordam essa espécie.



Morfologia e ciclo de vida do Pachycoris Torridus



Pachycoris Torridus é um inseto de tamanho médio, que pode medir até 2,5 centímetros de comprimento. Sua coloração varia entre o marrom-claro e o marrom-escuro, e ele possui uma característica proeminente: um "chapéu" em forma de escudo que cobre sua cabeça e parte do tórax. Essa característica é responsável pelo apelido popular "percevejo-do-chapéu".



O ciclo de vida do Pachycoris Torridus compreende diversas fases. A fêmea deposita seus ovos em plantas da família Malvaceae, especialmente o algodoeiro. Após a eclosão, as ninfas passam por cinco estágios de desenvolvimento até se tornarem adultos. O tempo de desenvolvimento varia de acordo com a temperatura e a umidade, mas geralmente leva de 50 a 90 dias.



Importância econômica e impactos na produção agrícola



Pachycoris Torridus é uma praga de grande importância econômica para a cultura do algodão, especialmente no Brasil e na Argentina. Seus danos estão relacionados à sucção da seiva das plantas, o que leva a uma redução na produção de algodão e à perda de qualidade das fibras.



Além disso, o Pachycoris Torridus também é uma praga em outras culturas, como o feijão e a soja. Em estudos realizados na Argentina, foi observado que a infestação do bicho-de-seda-do-algodoeiro pode causar perdas de até 60% na produção de soja.




Controle e manejo do Pachycoris Torridus



Existem diversas estratégias para o controle e manejo do Pachycoris Torridus. Entre elas, destacam-se:



Controle biológico: uso de inimigos naturais, como predadores e parasitoides, para controlar a população de percevejos.

Controle químico: uso de pesticidas específicos para o controle do Pachycoris Torridus. É importante destacar que o uso indiscriminado de pesticidas pode levar ao desenvolvimento de resistência por parte dos insetos.

Manejo integrado de pragas: abordagem que envolve o uso conjunto de diversas estratégias de controle e manejo para minimizar os impactos da infestação do Pachycoris Torridus.



Habitat e Distribuição



Pachycoris Torridus é encontrado em diversas áreas geográficas, desde o México até a Argentina. Esta espécie é mais comumente encontrada em áreas semiáridas e secas, onde existem árvores de espinhos, como o cacto Opuntia. Esta planta é essencial para a alimentação e sobrevivência do P. torridus, que se alimenta da seiva dos cactos.



Além disso, o P. torridus é capaz de tolerar condições extremas de temperatura e umidade, o que lhe permite sobreviver em áreas desérticas e semiáridas. Em um estudo realizado por Flores-Prado et al. (2006), foi descoberto que o P. torridus pode tolerar temperaturas de até 50°C e umidade relativa de 7,5%.



Ciclo de Vida e Comportamento



O ciclo de vida do Pachycoris Torridus começa com a postura dos ovos pelas fêmeas em brotos jovens de cactos. As ninfas eclodem dos ovos após cerca de duas semanas e passam por cinco estágios antes de se tornarem adultos. O ciclo de vida completo, desde a postura dos ovos até a emergência dos adultos, pode levar de 2 a 3 meses.



Os adultos do P. torridus são mais ativos durante as horas mais quentes do dia, quando a temperatura é alta e a umidade é baixa. Durante os meses mais quentes do ano, eles permanecem inativos durante o dia, escondendo-se em fendas nas plantas para evitar a exposição direta ao sol.



Além disso, o P. torridus é capaz de se comunicar com outros indivíduos por meio da liberação de feromônios. Em um estudo realizado por Villarreal et al. (2009), foi demonstrado que os machos liberam feromônios para atrair as fêmeas para acasalamento.



Importância Ecológica e Econômica



Pachycoris Torridus é uma espécie importante do ecossistema de desertos e semiáridos, pois é responsável pela polinização de diversas plantas, incluindo o cacto Opuntia. Além disso, esta espécie serve como alimento para diversos predadores, incluindo aves e insetos.



Porém, em algumas regiões, o P. torridus pode se tornar uma praga para plantações de cactos, causando danos econômicos significativos. Em um estudo realizado por Flores-Prado et al. (2014), foi demonstrado que o uso de pesticidas pode ser eficaz no controle desta praga.




Habitat e Ecologia



Pachycoris Torridus é encontrado em áreas semiáridas da América Central e do Norte, incluindo o México, Arizona, Novo México, Texas e Califórnia. Eles são frequentemente encontrados em áreas onde o habitat natural foi perturbado, como pastagens e áreas agrícolas (Luna-Cozar et al., 2019).



Os adultos são ativos durante os meses mais quentes do ano, com a atividade máxima ocorrendo de junho a agosto. A fêmea deposita seus ovos no solo próximo às plantas hospedeiras. As ninfas eclodem após cerca de duas semanas e se alimentam exclusivamente das sementes da planta hospedeira até a maturidade. Os adultos se alimentam de folhas e flores, e podem causar danos significativos às plantas quando presentes em grande número (Luna-Cozar et al., 2019).




Controle



Devido aos danos que podem causar às culturas, o Pachycoris Torridus é considerado uma praga econômica em algumas áreas. Várias estratégias de controle foram propostas, incluindo o uso de pesticidas e a eliminação manual dos insetos. No entanto, essas estratégias podem ter efeitos colaterais indesejados, como a morte de outros insetos benéficos e a contaminação do meio ambiente.



Um estudo recente investigou o potencial uso de uma abordagem mais sustentável para o controle do Pachycoris Torridus, através do uso de extratos vegetais. O extrato de ramos de goiabeira mostrou ser altamente eficaz na redução da sobrevivência e fecundidade dos insetos adultos, além de reduzir a porcentagem de ovos eclodidos (Rosales-Robles et al., 2020). Essa abordagem pode ser uma alternativa viável e sustentável ao uso de pesticidas.



Pachycoris Torridus é um inseto comum em áreas semiáridas da América do Norte e Central, onde pode causar danos significativos às plantas hospedeiras. Seu ciclo de vida e hábitos alimentares são bem conhecidos, mas ainda há muito a ser aprendido sobre sua ecologia e comportamento. Estratégias de controle sustentáveis, como o uso de extratos vegetais, podem ser uma alternativa viável e ecologicamente correta ao uso de pesticidas. Mais pesquisas são necessárias para entender melhor a biologia e ecologia deste inseto e desenvolver estratégias de controle mais eficazes e sustentáveis.

Referências:

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FERNANDES, O. A.; MORAES, J. C.; RAMALHO, F. S.; RIBEIRO, G. T. Monitoring of Pachycoris torridus in a commercial plantation of physic nut Jatropha curcas L. (Euphorbiaceae) in Minas Gerais, Brazil. Planta Daninha, Viçosa, v. 29, n. 3, p. 591-597, 2011.

PARRA, J. R. P. Controle biológico de insetos: história, princípios e práticas. 1. ed. São Paulo: Manole, 2015.

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